segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Atenção todos vocês ! ! !
Atenção todos vocês, quebra-dores de regras, vocês, inadaptados e causadores de problemas, todos vocês, espíritos livres e pioneiros, todos vocês, visionários e não conformistas. Vou dizer: Tudo que o sistema tem dito que há de errado com você, é na verdade, o que está certo com você. Você vê coisas que os outros não vêem. Você está conectado para mudar o mundo. Ao contrário de 9 em cada 10 pessoas, a sua mente é indomável. E isto ameaça a autoridade. Você nasceu para ser revolucionário!
Você não pode suportar as regras porque em seu coração você sabe que há uma maneira melhor.
Você tem forças perigosas para o sistema, e ele quer eliminá-los, assim, em toda sua vida já lhe foi dito que as suas forças eram fraquezas, e agora estou lhe dizendo o contrário. Sua impulsividade é um presente – impulsos são a sua chave para o milagre.
Suas alterações de humor refletem o impulso natural da vida, eles te dão energia incontrolável quando você está no topo e profundos insights quando você está em baixa.
O psiquiatra diagnosticou 1 distúrbio de comportamento? Esta é a mais nova forma da sociedade negar sua própria doença, apontando o dedo para você, te rotulando.
Mas sua mente é diferente, está livre de repressão, de censura e te mostra quem você realmente é.
90% da população ainda está bloqueada para esta visão. Seus cérebros ainda estão habituados para fazer cumprir a programação social doutrinada desde o nascimento, ainda não experimentaram a revolução social da mente e continuam levando muito à sério as regras das instituições sociais. A sociedade diz não se revolte.
Os visionários sacam o blefe e uma vez que estão livres, rejeitam esta programação e controle. E enxergam o que realmente são as instituições sociais: simples jogos imaginários.
Os visionários confortam os perturbados e perturbam os confortáveis. Rompem as convenções sociais e são necessários para tirar pessoas dessa engrenagem estúpida do rebanho. São atos criativos ou pertubadores, expressos através da arte, da filosofia, sacudindo indústrias, revoluções para a liberdade, golpes para derrubar a hipocrisia, movimentos de solidariedades, mudanças que deixam ligado.
Nós somos todos iguais, você sabe.
Essa é a sua vocação. Bem-vindo você encontrou sua tribo.
Mas esse comportamento, sua total falta de repressão, o seu idealismo com os olhos arregalados, sua mente aberta – Nunca te disseram isto?
Pois estas são características compartilhadas pelos grandes pioneiros, visionários, inovadores, revolucionários, rebeldes e desamparados.
Do outro lado vemos os ternos de negócio usando aviões de combate, estrelas de futebol e viciados em sexo, celebridades com transtornos psicóticos, viciados sempre em busca da última novidade.
Somos todos iguais, você sabe porque todos somos atraídos para a mesma chama. Você sabe no seu íntimo que há uma ordem natural na vida, algo mais soberano do que qualquer regra artificial ou lei imposta. À esta ordem natural , podemos chamar de “O Caminho” – Alguns conhecem como a vontade de Deus, o Tao, a ordem implícita, etc.
Este “Caminho” se manifesta em você como a fonte da sua inspiração, de suas paixões, sabedoria, seu entusiasmo, sua intenção, o amor.
Porém o sistema implora para que você ignore isto e tenta lhe tirar do caminho a qualquer custo, tentando te distrair.
Mas sua mente é diferente, está livre de repressão, de censura e te mostra quem você realmente é.
Você não pode suportar as regras porque em seu coração você sabe que há uma maneira melhor.
Você tem forças perigosas para o sistema, e ele quer eliminá-los, assim, em toda sua vida já lhe foi dito que as suas forças eram fraquezas, e agora estou lhe dizendo o contrário. Sua impulsividade é um presente – impulsos são a sua chave para o milagre.
Suas alterações de humor refletem o impulso natural da vida, eles te dão energia incontrolável quando você está no topo e profundos insights quando você está em baixa.
O psiquiatra diagnosticou 1 distúrbio de comportamento? Esta é a mais nova forma da sociedade negar sua própria doença, apontando o dedo para você, te rotulando.
Mas sua mente é diferente, está livre de repressão, de censura e te mostra quem você realmente é.
90% da população ainda está bloqueada para esta visão. Seus cérebros ainda estão habituados para fazer cumprir a programação social doutrinada desde o nascimento, ainda não experimentaram a revolução social da mente e continuam levando muito à sério as regras das instituições sociais. A sociedade diz não se revolte.
Os visionários sacam o blefe e uma vez que estão livres, rejeitam esta programação e controle. E enxergam o que realmente são as instituições sociais: simples jogos imaginários.
Os visionários confortam os perturbados e perturbam os confortáveis. Rompem as convenções sociais e são necessários para tirar pessoas dessa engrenagem estúpida do rebanho. São atos criativos ou pertubadores, expressos através da arte, da filosofia, sacudindo indústrias, revoluções para a liberdade, golpes para derrubar a hipocrisia, movimentos de solidariedades, mudanças que deixam ligado.
Nós somos todos iguais, você sabe.
Essa é a sua vocação. Bem-vindo você encontrou sua tribo.
Mas esse comportamento, sua total falta de repressão, o seu idealismo com os olhos arregalados, sua mente aberta – Nunca te disseram isto?
Pois estas são características compartilhadas pelos grandes pioneiros, visionários, inovadores, revolucionários, rebeldes e desamparados.
Do outro lado vemos os ternos de negócio usando aviões de combate, estrelas de futebol e viciados em sexo, celebridades com transtornos psicóticos, viciados sempre em busca da última novidade.
Somos todos iguais, você sabe porque todos somos atraídos para a mesma chama. Você sabe no seu íntimo que há uma ordem natural na vida, algo mais soberano do que qualquer regra artificial ou lei imposta. À esta ordem natural , podemos chamar de “O Caminho” – Alguns conhecem como a vontade de Deus, o Tao, a ordem implícita, etc.
Este “Caminho” se manifesta em você como a fonte da sua inspiração, de suas paixões, sabedoria, seu entusiasmo, sua intenção, o amor.
Porém o sistema implora para que você ignore isto e tenta lhe tirar do caminho a qualquer custo, tentando te distrair.
Mas sua mente é diferente, está livre de repressão, de censura e te mostra quem você realmente é.
domingo, 4 de setembro de 2011
Sarau da Cesta na Sexta! Na Perifatividade !

O Sarau da Cesta na Perifatividade (Fusão Sarau da Cesta + Sarau Perifatividade, com os parceiros Paulo Rams, Rodrigo DiMenor, Tatiana Busato e Cláudio Laureatti) surgiu pela necessidade intrínseca de promover as artes em geral. Não à repressão ou limitação de espaços - ficar à margem quando podemos compartilhar - muito estímulo à criatividade, à produção de seus participantes e, pensando nisso chegamos no mês da independência com a 17ª Edição do Sarau da Cesta: “Outro Grito é Possível” na FFLCH / USP no dia 16 de Setembro ( sexta ) às 21h na Escadaria Central da Letras convidando o Sarau Perifatividade.
Com a presença dos escritores Mavot Sirc, Alessandra Safra, Hugo Paz, Ivan Ferretti, Paulo Almeida, Fábio Boca, Nicanor Jacinto e Jurandir Barbosa .
Intervenção teatral “ Do passado que não queremos mais”, de Edmundo Barboza e Jairo Araldi.
Lançamentos dos livros " (A) Massa" de Emerson Alcalde e “ Sentimento do fim do mundo” de William Delarte.
Pocket show do músico Haroldo Oliveira e, é claro, o nosso convidado mais importante: você ! ! !
A proposta é suscitarmos o debate com relação ao acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais com os convidados, com os atuais estudantes do curso e para além da graduação e dos muros da universidade. Além, e sobretudo, de lermos muitos poemas de diversos poetas representativos da literatura brasileira e universal e, principalmente, de autoria própria dos presentes. Tire seus poemas das gavetas. Seus quadrinhos das pranchetas. Apresente seu teatro aos vivos. Sua música aos nossos ouvidos. Dance, dance, dance até o raiar do dia. Contra a linha dura, a linha da cintura. Pinte o set e a oitava maravilha. Faça sua exposição fotográfica. É hora de sua arte ganhar a praça. Saraus, saraus, saraus. Este é o mote.
http://coletivoperifatividade.blogspot.com/
http://sarau-da-cesta.blogspot.com/
E já viu este video do Sarau da Cesta?
http://youtu.be/zPPZ_Ff9yWI
A primeira edição foi no dia 3 de Abril no EPEL(Encontro Paulista dos Estudantes de Letras – que não acontecia há 20 anos) no lado externo ao prédio da Letras.
A segunda edição aconteceu em 15 de maio com o tema: Você vai deixar sua vida ser regulada pelo mercado?
Neste dia incorporamos um carrinho de supermercado que utilizamos como cavalete para um dos colaboradores pintar quadros, mais adiante serviu e serve para carregarmos os chapéus, banco, mancebo, tintas, além, é claro, para trazer, levar e compartilhar livros, uma cesta!
Na terceira edição em 8 de Junho nos incorporamos ao movimento de greve na USP. Realizamos o sarau em frente à reitoria com o carro de som do SINTUSP(Sindicato dos Trabalhadores da USP), com a participação de funcionários lendo poemas.
Na escadaria central, em 27 de Agosto, a quarta edição foi junto com os guerreiros poetas do livro Ávida Espingarda (feito com a participação dos alunos da FFLCH-Letras).
Na quinta feira, dia 24 de Setembro, a quinta edição do Sarau da Cesta junto com poetas do Sarau do Querô e integrantes da Revista Áporo entre outros guerreiros da poesia: Primavera dos Bixos!!!!
Fizemos a sexta edição do Sarau da Cesta, na quinta dia 29 de Outubro, em co-realização com o Noite nas Tavernas, iniciativa do Centro Acadêmico(C.A) da Letras, gestão Olhos Livres, que aliou-se ao sarau desde o primeiro momento até sua última hora de mandato. O núcleo temático foi o período de eleições para o C.A: Vote Sarau da Cesta!!!!
O último Sarau da Cesta do ano 2009, mas não menos importante, contou com a presença de integrantes do Sarau da Casa das Rosas e a Turma do Morro do Querosene. Aliás, a sétima edição foi a derradeira do ano passado, porém num movimento gradativo, consciente e revolucionário acreditávamos ser possível preencher os hiatos: um conjunto de escritores mais ou menos conscientes do seu papel, um conjunto de receptores e um mecanismo transmissor: Sarau da Cesta, FFLCH-Letras, Revista Áporo e outras possibilidades de publicações tais como a coleção Feito Na Letras.
Em conjunto com o CAELL – Gestão Veredas, dentro da Calourada USP/ 2010 - Bixos: Melhores dias Verão foi o tema da oitava edição do Sarau da Cesta: encontro marcado no dia 23 de fevereiro (terça-feira) às 21h na escadaria central na FFLCH-USP Letras. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados tematizando as relações do movimento de literatura periférica, mapa de poesia de saraus e a instituição acadêmica.
Em março recebemos o convite da Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura ( POIESIS) para apresentarmos o Sarau da Cesta no metrô Santa Cecília.
Realizamos dois atos simbólicos, em Abril e Junho, respectivamente, em apoio aos alunos do CRUSP na ocupação da COSEAS e à greve dos funcionários com Reitoria ocupada.
Em maio, fomos convidados desta vez pela ONG Ação Educativa que abriu as portas de seu auditório para fazermos mais saraus, saraus, saraus.
Em Agosto publicamos a "Entrevista com o Coletivo Maloquerista". Em Setembro dia 23 (quinta) às 21h na Escadaria Central da Letras FFLCH-USP na décima terceira edição, a fusão do Sarau Portátil+ Sarau da Cesta= Sarau Portátil da Cesta : " Independência tem seu preço.
Na décima quarta edição na Calourada USP 2011 no dia 22 de Fevereiro(terça) às 22h na Escadaria Central da Letras –FFLCH convidamos o Sarau Encontro de Utopias (dos parceiros Fábio Abramo e Regina Tieko) e contamos com a presença dos escritores J.H Calazans, Ivan Antunes, Ana Cristina Martins, Isidro Iturat, Carlos Galdino, Paulo Almeida, entre outros, além do lançamento do DVD 3x4 do músico Haroldo Oliveira e sorteio de livros para os nossos convidados principais: bixetes e bixos ! ! !
O Sarau da Cesta completou dois anos (Fundação 3 Abril 2009) com Paulo Rams, William Delarte, Regina Tieko, Paulo Almeida, Eufradísio Modesto, Cássio Aquino, Rose Campos, Marco Pezão, Haroldo Oliveira, Rubens Ramon Romero, Ivan Ferreti, Jairo Araldi, Edmundo Barboza, Tatiana Busato e Cláudio Laureatti, além é claro, de muitos outros parceiros da cena poética paulistana. Foram mais de 3 horas de sarau. Todos artistas. Todos possíveis.na Galeria Olido dia 09 de maio na esquina da avenida São João 437. Todos contemplados!
A décima sexta edição surgiu pela necessidade intrínseca de promover as artes em geral. Não à repressão ou limitação de espaços - ficar à margem quando podemos compartilhar - muito estímulo à criatividade, à produção de seus participantes e, pensando nisso convidamos a Récita Maloqueirista com Caco Pontes, Valéria Araújo, Berimba de Jesus para o lançamento do livro “Varal de poemas” volume 1 e presenças de Tatiana Busato, Caroline Micaelia e Cláudio Laureatti.
O Sarau da Cesta é- foi e será - independente de partidos e movimentos políticos universitários. É mais um movimento do que um evento uma vez que confiamos na frente única, passeatas e greves como instrumentos de pressão da classe trabalhadora e na necessidade da arte. Não nos mantemos alheios nem externos às questões concernentes à USP ou outras instituições universitárias, privadas ou públicas. Arte e política inseparáveis, assim como educação e livro são imprescindíveis.
Saraus saraus saraus ! ! !
No Prédio da Letras – USP e, principalmente, para além dos muros da universidade.
Universidade de São Paulo – FFLCH- Letras
Avenida Professor Luciano Gualberto 403 – Butantã
Cidade Universitária - São Paulo, 05508-010
Prédio da Letras, USP, escadaria central
Ponto de referência: Praça do Relógio
Ônibus Que Entram Na USP
107 T-10 Metrô Tucuruvi / Cid. Universitária
177 H-10 Metrô Santana / Butantã USP
177 P-41 Metrô Santana / Butantã USP
7181-10 Cid.Universitária / Term. Princ.Isabel
7725-10 Rio Pequeno / Metrô V.Madalena
724A-10 Cid Universitária / Aclimação
7411-10 Cid.Universitária / Pça da Sé
(Veja com o cobrador qual o ponto mais próximo da FFLCH- Letras)
Entrada Franca
Obrigado, família !
Se puder, ajude a divulgar ! ! ! ! ! ! !
Claudio Laureatti
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Evoé, Amy! (... e se riscássemos o amor do título...)
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Evoé, Amy!
“Vida louca vida, vida breve” parece ter ditado os caminhos de Amy Winehouse. Uma artista que em seu percurso teve que lidar com problemas com álcool e outras drogas. Além de drogas maiores como a hipocrisia.
“Há um monte de coisas que são normais pra mim do que pra vocês” disse ela em uma entrevista à revista Rolling Stone. Em clara consciência de se saber distante dos moralistas padrões de comportamento que o mundo tenta impor, em sua vida regada a escândalos e manchetes sensacionalistas (muita vezes verídicas) mas que a abalavam profundamente.
“They tried to make me go to rehab, But I said 'no, no, no”. Não vou me reabilitar, ela cantava em seu primeiro sucesso mundial. Para muitos, uma jogada de marketing nesse milionário jogo mercadológico que é a música Pop, onde anônimos são lançados à celebridade de um dia pra outro, para depois serem massacrados em praça pública. “Os fãs de hoje são os lixadores de amanhã” Gritava Cazuza em outros tempos. Entretanto, ela era pra outros tantos uma certeza: que mesmo que o brilho da estrela fosse efêmero, nem por isso seria de menor intensidade.
Herdeira de artistas, como Billie Holliday, Sarah Vaughan e Marvin Gaye trouxe o Soul, ou “ New Soul” com foi nomeado recentemente, às paradas de sucesso. Figura desengonçada e excêntrica, revelava uma tremenda doçura que deixava transparecer apenas em raros momentos. Sabia da pressão que se exercia sobre ela após o deslumbrante “ Back to Black” há muito considerado um dos clássicos da década pela crítica especializada.
Conheci Amy por intermédio do “ tudo-que-eu-queria ser” Nelson Motta. Ouvia seu disco todos os dias quanto voltava do trabalho. Ela um deleite a cada faixa. Sua voz peculiar, de timbre forte e rouco, acompanhada do excelente The Dap-Kings me acariciava os ouvidos depois da labuta. Meu tio Nego Adão, que inconscientemente me fez apreciar a Black Music com seus discos de Marvin Gaye e Al Green, teria adorado tudo isso.
Querida, Amy. Quantas foram as apostas de que você morreria antes dos 30? Quantos paparazzi a sua espreita para te ver jogada na sarjeta depois de um porre homérico regado a crack, álcool e cocaína? “De nada. Seus gooks da porra!’’. Dizia ela ( em voz baixa, é claro) diplomaticamente quanto eles iam embora lisonjeados pelas fotos conseguidas em frente a sua casa, pra mais tarde publicá-las na próxima capa de um tablóide qualquer. Nisso, até o finado Noticias Populares teria sido mais digno.
Que Baco e outras divindades te celebrem e te saúdam em sua volta para o lugar que todos irão. Malditos, belos ou não.
Evoé, Amy!
Elvis Morais – fria madrugada do dia 24 de Julho de 2011
Evoé, Amy!
“Vida louca vida, vida breve” parece ter ditado os caminhos de Amy Winehouse. Uma artista que em seu percurso teve que lidar com problemas com álcool e outras drogas. Além de drogas maiores como a hipocrisia.
“Há um monte de coisas que são normais pra mim do que pra vocês” disse ela em uma entrevista à revista Rolling Stone. Em clara consciência de se saber distante dos moralistas padrões de comportamento que o mundo tenta impor, em sua vida regada a escândalos e manchetes sensacionalistas (muita vezes verídicas) mas que a abalavam profundamente.
“They tried to make me go to rehab, But I said 'no, no, no”. Não vou me reabilitar, ela cantava em seu primeiro sucesso mundial. Para muitos, uma jogada de marketing nesse milionário jogo mercadológico que é a música Pop, onde anônimos são lançados à celebridade de um dia pra outro, para depois serem massacrados em praça pública. “Os fãs de hoje são os lixadores de amanhã” Gritava Cazuza em outros tempos. Entretanto, ela era pra outros tantos uma certeza: que mesmo que o brilho da estrela fosse efêmero, nem por isso seria de menor intensidade.
Herdeira de artistas, como Billie Holliday, Sarah Vaughan e Marvin Gaye trouxe o Soul, ou “ New Soul” com foi nomeado recentemente, às paradas de sucesso. Figura desengonçada e excêntrica, revelava uma tremenda doçura que deixava transparecer apenas em raros momentos. Sabia da pressão que se exercia sobre ela após o deslumbrante “ Back to Black” há muito considerado um dos clássicos da década pela crítica especializada.
Conheci Amy por intermédio do “ tudo-que-eu-queria ser” Nelson Motta. Ouvia seu disco todos os dias quanto voltava do trabalho. Ela um deleite a cada faixa. Sua voz peculiar, de timbre forte e rouco, acompanhada do excelente The Dap-Kings me acariciava os ouvidos depois da labuta. Meu tio Nego Adão, que inconscientemente me fez apreciar a Black Music com seus discos de Marvin Gaye e Al Green, teria adorado tudo isso.
Querida, Amy. Quantas foram as apostas de que você morreria antes dos 30? Quantos paparazzi a sua espreita para te ver jogada na sarjeta depois de um porre homérico regado a crack, álcool e cocaína? “De nada. Seus gooks da porra!’’. Dizia ela ( em voz baixa, é claro) diplomaticamente quanto eles iam embora lisonjeados pelas fotos conseguidas em frente a sua casa, pra mais tarde publicá-las na próxima capa de um tablóide qualquer. Nisso, até o finado Noticias Populares teria sido mais digno.
Que Baco e outras divindades te celebrem e te saúdam em sua volta para o lugar que todos irão. Malditos, belos ou não.
Evoé, Amy!
Elvis Morais – fria madrugada do dia 24 de Julho de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Então é isso . . .
Na décima quarta edição na Calourada USP 2011 no dia 22 de Fevereiro(terça) às 22h na Escadaria Central da Letras –FFLCH convidamos o Sarau Encontro de Utopias (dos parceiros Fábio Abramo e Regina Tieko) e contamos com a presença dos escritores J.H Calazans, Ivan Antunes, Ana Cristina Martins, Isidro Iturat, Carlos Galdino, Paulo Almeida, entre outros, além do lançamento do DVD 3x4 do músico Haroldo Oliveira e sorteio de livros para os nossos convidados principais: bixetes e bixos ! ! !
O Sarau da Cesta de Utopias (Fusão Sarau da Cesta + Sarau Encontro de Utopias, com os parceiros Fábio Abramo, Regina Tieko, Tatiana Busato e Cláudio Laureatti) surgiu pela necessidade intrínseca de promover as artes em geral. Não à repressão ou limitação de espaços - ficar à margem quando podemos compartilhar - muito estímulo à criatividade, à produção de seus participantes e, pensando nisso chegamos na Calourada USP 2011 no dia 22 de Fevereiro(terça) às 22h na Escadaria Central da Letras –FFLCH. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados e com os atuais estudantes do curso, até mesmo para além da graduação. Além, é claro, de lermos muitos poemas de diversos poetas representativos da literatura brasileira e universal e, principalmente, de autoria própria. Tire seus poemas das gavetas. Seus quadrinhos das pranchetas. Apresente seu teatro aos vivos. Sua música aos nossos ouvidos. Dance, dance, dance até raiar o dia. Contra a linha dura, a linha da cintura. Pinte o set e a oitava maravilha. Faça sua exposição fotográfica. É hora de sua arte ganhar a praça. Saraus, saraus, saraus. Este é o mote.
O Sarau da Cesta é - foi e será - independente de partidos e movimentos políticos universitários. É mais um movimento do que um evento uma vez que confiamos na frente única, passeatas e greves como instrumentos de pressão da classe trabalhadora e na necessidade da arte. Não nos mantemos alheios nem externos às questões concernentes à USP ou outras instituições universitárias, privadas ou públicas. Arte e política inseparáveis, assim como educação e livro são imprescindíveis.
Historicamente, A primeira edição foi no dia 3 de Abril no EPEL 2009 (Encontro Paulista dos Estudantes de Letras – que não acontecia há 20 anos) no lado externo ao prédio da Letras.
A segunda edição aconteceu em 15 de maio com o tema: Você vai deixar sua vida ser regulada pelo mercado?
Neste dia incorporamos um carrinho de supermercado que utilizamos como cavalete para um dos colaboradores pintar quadros, mais adiante serviu e serve para carregarmos os chapéus, banco, mancebo, tintas, além, é claro, para trazer, levar e compartilhar livros, uma cesta!
Na terceira edição em 8 de Junho nos incorporamos ao movimento de greve na USP. Realizamos o sarau em frente à reitoria com o carro de som do SINTUSP(Sindicato dos Trabalhadores da USP), com a participação de funcionários lendo poemas.
Na escadaria central, em 27 de Agosto, a quarta edição foi junto com os alunos e poetas da FFLCH - Letras presentes no livro Ávida Espingarda (lançado pela Coleção Feito na Letras).
Na quinta feira, dia 24 de Setembro, a quinta edição do Sarau da Cesta junto com poetas do Sarau do Querô e integrantes da Revista Áporo entre outros guerreiros da poesia: Primavera dos Bixos!!!!
Fizemos a sexta edição do Sarau da Cesta, na quinta dia 29 de Outubro, em co-realização com o Noite nas Tavernas, iniciativa do Centro Acadêmico(C.A) da Letras, gestão Olhos Livres, que aliou-se ao sarau desde o primeiro momento até sua última hora de mandato. O núcleo temático foi o período de eleições para o C.A: Vote Sarau da Cesta!!!!
O último Sarau da Cesta do ano 2009, mas não menos importante, contou com a presença de integrantes do Sarau da Casa das Rosas e da Associação Cultural Morro do Querosene. Aliás, a sétima edição foi a derradeira do ano citado, porém num movimento gradativo, consciente e revolucionário acreditamos ser possível preencher os hiatos: um conjunto de escritores mais ou menos conscientes do seu papel, um conjunto de receptores e um mecanismo transmissor: Sarau da Cesta, FFLCH-Letras, Revista Áporo e outras possibilidades de publicações tais como a coleção Feito Na Letras.
Em conjunto com o CAELL – Gestão Veredas, dentro da Calourada USP/ 2010 - Bixos: Melhores dias Verão foi o tema da oitava edição do Sarau da Cesta: encontro marcado no dia 23 de fevereiro (terça-feira) às 21h na escadaria central na FFLCH-USP Letras. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados tematizando as relações do movimento de literatura periférica, mapa da poesia de saraus e a instituição acadêmica.
Em março recebemos o convite da Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura ( POIESIS) para apresentarmos o Sarau da Cesta no metrô Santa Cecília.
Realizamos dois atos simbólicos, em Abril e Junho, respectivamente, em apoio aos alunos do CRUSP na ocupação da COSEAS e à greve dos funcionários com Reitoria ocupada.
Em maio, fomos convidados desta vez pela ONG Ação Educativa que abriu as portas de seu auditório para fazermos mais saraus, saraus, saraus.
Em Agosto publicamos a "Entrevista com o Coletivo Maloquerista". Em Setembro dia 23 (quinta) às 21h na Escadaria Central da Letras FFLCH-USP na décima terceira edição, a fusão do Sarau Portátil+ Sarau da Cesta= Sarau Portátil da Cesta : " Independência tem seu preço.
E, reiteramos, O Sarau da Cesta é - foi e será - independente de partidos e movimentos políticos universitários e, principalmente, para além dos muros da universidade. É mais um movimento do que um evento uma vez que confiamos na frente única, passeatas e greves como instrumentos de pressão da classe trabalhadora e na necessidade da arte. Não nos mantemos alheios nem externos às questões concernentes à USP ou outras instituições universitárias, privadas ou públicas. Arte e política inseparáveis, assim como educação e livro são imprescindíveis.
A gente não quer só poesia
A gente quer aquilo que ela principia Na cidade morro viela beco favela E nos leve com ela A gente não quer só poesia A gente quer terra comida habitação Para todo mundo a universidade Pública gratuita e de qualidade A gente não quer só poesia A gente quer a vida com direitos Iguais para o homem e para a mulher e para o terceiro sexo no terceiro milênio A gente quer pessoas livres de mágoas e ressentimentos A gente quer fazer poesia pra causar incêndios Chegar sem pagar simpatia Sair com a sensação da missão cumprida A gente não quer só poesia
Saraus Saraus Saraus
No Espaço dos Estudantes da Letras – USP e , principalmente, para além muros da universidade ! ! !
Tatiana Busato ( em homenagem)
Cláudio Laureatti( autor do texto)
O Sarau da Cesta de Utopias (Fusão Sarau da Cesta + Sarau Encontro de Utopias, com os parceiros Fábio Abramo, Regina Tieko, Tatiana Busato e Cláudio Laureatti) surgiu pela necessidade intrínseca de promover as artes em geral. Não à repressão ou limitação de espaços - ficar à margem quando podemos compartilhar - muito estímulo à criatividade, à produção de seus participantes e, pensando nisso chegamos na Calourada USP 2011 no dia 22 de Fevereiro(terça) às 22h na Escadaria Central da Letras –FFLCH. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados e com os atuais estudantes do curso, até mesmo para além da graduação. Além, é claro, de lermos muitos poemas de diversos poetas representativos da literatura brasileira e universal e, principalmente, de autoria própria. Tire seus poemas das gavetas. Seus quadrinhos das pranchetas. Apresente seu teatro aos vivos. Sua música aos nossos ouvidos. Dance, dance, dance até raiar o dia. Contra a linha dura, a linha da cintura. Pinte o set e a oitava maravilha. Faça sua exposição fotográfica. É hora de sua arte ganhar a praça. Saraus, saraus, saraus. Este é o mote.
O Sarau da Cesta é - foi e será - independente de partidos e movimentos políticos universitários. É mais um movimento do que um evento uma vez que confiamos na frente única, passeatas e greves como instrumentos de pressão da classe trabalhadora e na necessidade da arte. Não nos mantemos alheios nem externos às questões concernentes à USP ou outras instituições universitárias, privadas ou públicas. Arte e política inseparáveis, assim como educação e livro são imprescindíveis.
Historicamente, A primeira edição foi no dia 3 de Abril no EPEL 2009 (Encontro Paulista dos Estudantes de Letras – que não acontecia há 20 anos) no lado externo ao prédio da Letras.
A segunda edição aconteceu em 15 de maio com o tema: Você vai deixar sua vida ser regulada pelo mercado?
Neste dia incorporamos um carrinho de supermercado que utilizamos como cavalete para um dos colaboradores pintar quadros, mais adiante serviu e serve para carregarmos os chapéus, banco, mancebo, tintas, além, é claro, para trazer, levar e compartilhar livros, uma cesta!
Na terceira edição em 8 de Junho nos incorporamos ao movimento de greve na USP. Realizamos o sarau em frente à reitoria com o carro de som do SINTUSP(Sindicato dos Trabalhadores da USP), com a participação de funcionários lendo poemas.
Na escadaria central, em 27 de Agosto, a quarta edição foi junto com os alunos e poetas da FFLCH - Letras presentes no livro Ávida Espingarda (lançado pela Coleção Feito na Letras).
Na quinta feira, dia 24 de Setembro, a quinta edição do Sarau da Cesta junto com poetas do Sarau do Querô e integrantes da Revista Áporo entre outros guerreiros da poesia: Primavera dos Bixos!!!!
Fizemos a sexta edição do Sarau da Cesta, na quinta dia 29 de Outubro, em co-realização com o Noite nas Tavernas, iniciativa do Centro Acadêmico(C.A) da Letras, gestão Olhos Livres, que aliou-se ao sarau desde o primeiro momento até sua última hora de mandato. O núcleo temático foi o período de eleições para o C.A: Vote Sarau da Cesta!!!!
O último Sarau da Cesta do ano 2009, mas não menos importante, contou com a presença de integrantes do Sarau da Casa das Rosas e da Associação Cultural Morro do Querosene. Aliás, a sétima edição foi a derradeira do ano citado, porém num movimento gradativo, consciente e revolucionário acreditamos ser possível preencher os hiatos: um conjunto de escritores mais ou menos conscientes do seu papel, um conjunto de receptores e um mecanismo transmissor: Sarau da Cesta, FFLCH-Letras, Revista Áporo e outras possibilidades de publicações tais como a coleção Feito Na Letras.
Em conjunto com o CAELL – Gestão Veredas, dentro da Calourada USP/ 2010 - Bixos: Melhores dias Verão foi o tema da oitava edição do Sarau da Cesta: encontro marcado no dia 23 de fevereiro (terça-feira) às 21h na escadaria central na FFLCH-USP Letras. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados tematizando as relações do movimento de literatura periférica, mapa da poesia de saraus e a instituição acadêmica.
Em março recebemos o convite da Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura ( POIESIS) para apresentarmos o Sarau da Cesta no metrô Santa Cecília.
Realizamos dois atos simbólicos, em Abril e Junho, respectivamente, em apoio aos alunos do CRUSP na ocupação da COSEAS e à greve dos funcionários com Reitoria ocupada.
Em maio, fomos convidados desta vez pela ONG Ação Educativa que abriu as portas de seu auditório para fazermos mais saraus, saraus, saraus.
Em Agosto publicamos a "Entrevista com o Coletivo Maloquerista". Em Setembro dia 23 (quinta) às 21h na Escadaria Central da Letras FFLCH-USP na décima terceira edição, a fusão do Sarau Portátil+ Sarau da Cesta= Sarau Portátil da Cesta : " Independência tem seu preço.
E, reiteramos, O Sarau da Cesta é - foi e será - independente de partidos e movimentos políticos universitários e, principalmente, para além dos muros da universidade. É mais um movimento do que um evento uma vez que confiamos na frente única, passeatas e greves como instrumentos de pressão da classe trabalhadora e na necessidade da arte. Não nos mantemos alheios nem externos às questões concernentes à USP ou outras instituições universitárias, privadas ou públicas. Arte e política inseparáveis, assim como educação e livro são imprescindíveis.
A gente não quer só poesia
A gente quer aquilo que ela principia Na cidade morro viela beco favela E nos leve com ela A gente não quer só poesia A gente quer terra comida habitação Para todo mundo a universidade Pública gratuita e de qualidade A gente não quer só poesia A gente quer a vida com direitos Iguais para o homem e para a mulher e para o terceiro sexo no terceiro milênio A gente quer pessoas livres de mágoas e ressentimentos A gente quer fazer poesia pra causar incêndios Chegar sem pagar simpatia Sair com a sensação da missão cumprida A gente não quer só poesia
Saraus Saraus Saraus
No Espaço dos Estudantes da Letras – USP e , principalmente, para além muros da universidade ! ! !
Tatiana Busato ( em homenagem)
Cláudio Laureatti( autor do texto)
domingo, 30 de janeiro de 2011
Era o dito popular: palavra bonita não enche barriga . . .
" E aconteceu o irreparável: a poesia se fracionou em saraus, em principados independentes e rivais, permanentemente em conflito. Como não sofrer a alma dos verdadeiros poetas com essa escandalosa fragmentação? Invejam-se muito mais do que temem a escalada destrutiva da nossa época violenta.
Mais ainda: os aparelhos do governo e a mídia aproveitam-se disso. Atraídos pelo ouro colocam suas equipes a serviço dos pequenos soberanos dos saraus. E as vozes dissonantes são devastadas lhe negando participar da direção do movimento ( ai, de quem falar evento) e sem poder se manifestar no domínio público das entrevistas e dos cachês, reservados à estes mesmos diretores e aos que não incomodam; os poetas combativos, oprimidos pelos preconceitos às avessas e humilhados pela onipotência e arrogância muito bem disfarçada nos discursos dos condutores, ao menor sinal, são banidos até mesmo do microfone aberto, da palavra comungada.
Daí, vaguearmos durante anos, juntando-nos alguns, participando de outros, protegendo o binômio erudito-popular, contra seus inimigos, tanto acadêmicos quanto periféricos. Borboletando para que estes dois mundos se interpenetrem. E também haja amor. Para haver um pouco de poesia no meio dessa merda toda. Se possível, uma criança no coração das letras.
E quando os tempos forem inclassificáveis e esses ritos sarauzíticos forem limitados, talvez até mesmo pela superação ou morte de seus condutores, pois, por muito tempo catalizaram e por mais tempo ainda podem promover resistências simples e verdadeiras também (para não dizer que não falamos das flores), ao desaparecer provavelmente serão vistas como “febres artísticas”, isto é, a poesia não pode se reduzir a poetas que se degladiam como se fazem nas brigas de torcidas ( ao menos mantém assim as aparências em seus currais, diante do público; pois nos bastidores, quando os líderes opostos se encontram, há outras arapucas: it´s all about money ! – ...dinheiro, louro dinheiro...) Os saraus fazendo política e a poesia morrendo, morrendo. Preferimos os saraus fazendo poesia, e outra política vicejando, vicejando...
Mas quem vai acreditar no nosso depoimento? Diário de momentos amadurecidos amadurecendo"
Mais ainda: os aparelhos do governo e a mídia aproveitam-se disso. Atraídos pelo ouro colocam suas equipes a serviço dos pequenos soberanos dos saraus. E as vozes dissonantes são devastadas lhe negando participar da direção do movimento ( ai, de quem falar evento) e sem poder se manifestar no domínio público das entrevistas e dos cachês, reservados à estes mesmos diretores e aos que não incomodam; os poetas combativos, oprimidos pelos preconceitos às avessas e humilhados pela onipotência e arrogância muito bem disfarçada nos discursos dos condutores, ao menor sinal, são banidos até mesmo do microfone aberto, da palavra comungada.
Daí, vaguearmos durante anos, juntando-nos alguns, participando de outros, protegendo o binômio erudito-popular, contra seus inimigos, tanto acadêmicos quanto periféricos. Borboletando para que estes dois mundos se interpenetrem. E também haja amor. Para haver um pouco de poesia no meio dessa merda toda. Se possível, uma criança no coração das letras.
E quando os tempos forem inclassificáveis e esses ritos sarauzíticos forem limitados, talvez até mesmo pela superação ou morte de seus condutores, pois, por muito tempo catalizaram e por mais tempo ainda podem promover resistências simples e verdadeiras também (para não dizer que não falamos das flores), ao desaparecer provavelmente serão vistas como “febres artísticas”, isto é, a poesia não pode se reduzir a poetas que se degladiam como se fazem nas brigas de torcidas ( ao menos mantém assim as aparências em seus currais, diante do público; pois nos bastidores, quando os líderes opostos se encontram, há outras arapucas: it´s all about money ! – ...dinheiro, louro dinheiro...) Os saraus fazendo política e a poesia morrendo, morrendo. Preferimos os saraus fazendo poesia, e outra política vicejando, vicejando...
Mas quem vai acreditar no nosso depoimento? Diário de momentos amadurecidos amadurecendo"
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Uns eram comunistas
"Uns eram comunistas"
Giorgio Gaber e Sandro Luporini
[Traduzido do italiano por Yuri Martins Fontes]
Uns eram comunistas porque nasceram na engajada Emília Romana.
Uns eram comunistam porque o avô, o tio, o papai... a mamãe não.
Uns eram comunistam porque viam a Rússia como uma promessa,
a China como uma poesia e o comunismo como o paraíso terrestre.
Uns eram comunistas porque se sentiam sós.
Uns eram comunistas porque haviam tido uma educação demasiado
católica.
Uns eram comunistas porque o cinema o exigia, o teatro o exigia, a
pintura o exigia, a literatura também. Todos o exigiam.
Uns eram comunistas porque “A História está do nosso lado!”
Uns eram comunistas porque lhes tinham dito.
Uns eram comunistas porque não lhes tinham dito tudo.
Uns eram comunistas porque antes eram fascistas.
Uns eram comunistas porque tinham percebido que a Rússia andava
devagar, mas longe.
Uns eram comunistas porque camarada Berlinguer era uma boa
pessoa.
Uns eram comunistas porque o democrata-cristão Andreotti não
era uma boa pessoa.
Uns eram comunistas porque eram ricos mas amavam o povo.
Uns eram comunistas porque bebiam o vinho e se comoviam nas
festas populares.
Uns eram comunistas porque eram tão ateus que precisavam de
outro Deus.
Uns eram comunistas porque eram tão fascinados pelos operários
que queriam ser um deles.
Uns eram comunistas porque não podiam ser mais do que
operários.
Uns eram comunistas porque queriam aumento de salário.
Uns eras comunistas porque a burguesia-o proletariado-a luta de
classes. Fácil não?
Uns eram comunistas porque a revolução hoje não, amanhã talvez,
mas depois de amanhã com certeza.
Uns eram comunistas porque “Viva Marx, viva Lenin, viva Mao
Tsé-Tung”.
Uns eram comunistas para irritar ao pai.
Uns eram comunistas porque só assistiam a TV-RAI 3.
Uns eram comunistas por moda, uns por princípio, uns por
frustração.
Uns eram comunistas porque queriam nacionalizar tudo.
Uns eram comunistas porque não conheciam os burocratas estatais,
para-estatais e afins.
Uns eram comunistas porque tinham trocado o “materialismo
dialético” pelo “Evangelho segundo Lenin”.
Uns eram comunistas porque estavam convictos de ter atrás de si a
classe operária.
Uns eram comunistas porque eram mais comunistas que os outros.
Uns eram comunistas porque havia o grande Partido Comunista.
Uns eram comunistas apesar de haver o grande Partido Comunista.
Uns eram comunistas porque não existia nada de melhor.
Uns eram comunistas porque temos o pior Partido Socialista da
Europa.
Uns eram comunistas porque um Estado pior que o nosso, só
Uganda.
Uns eram comunistas porque não aguentavam mais quarenta anos
de governos viscosos e mafiosos.
Uns eram comunistas por causa dos atentados fascistas da Praça
Fontana, Brescia, a estação de Bologna, o Italicus, Ustica etcétera
etcétera etcétera.
Uns eram comunistas porque quem era contra, era comunista.
*********************************************************
Uns eram comunistas porque não suportavam mais aquela coisa suja
a que nos obstinamos a chamar democracia.
Uns acreditavam ser comunistas e talvez fossem outra coisa
qualquer.
Uns eram comunistas porque sonhavam com uma liberdade diversa
daquela estadunidense.
Uns eram comunistas porque acreditavam que só poderiam estar
vivos e serem felizes se os outros também o fossem.
Uns eram comunistas porque precisavam de um empurrão para
algo de novo.
Porque estavam dispostos a modificar-se a cada dia.
Porque sentiam a necessidade de uma moral diferente.
Porque talvez fosse só uma força, um vôo, um sonho, fosse só um
salto, fosse só um desejo de mudar as coisas, de mudar a vida.
Uns eram comunistas porque estando ao lado deste salto, cada qual
era como mais de si mesmo: era como duas pessoas numa. De uma
parte o cansaço pessoal cotidiano e de outra o sentimento de
pertencer a uma raça que queria levantar vôo, para mudar
verdadeiramente a vida.
Não, nada a arrepender-se. Talvez por isso então muitos tenham
aberto as asas sem serem capazes de voar, como gaivotas
hipotéticas.
E agora? Também agora se sentem como dois, de um lado o
homem inserido, que atravessa obsequiosamente a miséria da
própria sobrevivência cotidiana e do outro a gaivota, sem mais
sequer a intenção do vôo, porque afinal de contas o sonho se
entorpeceu.
Duas misérias em um só corpo.
Se os comunistas têm razão, então eu sou o louco mais solitário em vida. Se eles estão errados, então não há esperança para o mundo
Giorgio Gaber e Sandro Luporini
[Traduzido do italiano por Yuri Martins Fontes]
Uns eram comunistas porque nasceram na engajada Emília Romana.
Uns eram comunistam porque o avô, o tio, o papai... a mamãe não.
Uns eram comunistam porque viam a Rússia como uma promessa,
a China como uma poesia e o comunismo como o paraíso terrestre.
Uns eram comunistas porque se sentiam sós.
Uns eram comunistas porque haviam tido uma educação demasiado
católica.
Uns eram comunistas porque o cinema o exigia, o teatro o exigia, a
pintura o exigia, a literatura também. Todos o exigiam.
Uns eram comunistas porque “A História está do nosso lado!”
Uns eram comunistas porque lhes tinham dito.
Uns eram comunistas porque não lhes tinham dito tudo.
Uns eram comunistas porque antes eram fascistas.
Uns eram comunistas porque tinham percebido que a Rússia andava
devagar, mas longe.
Uns eram comunistas porque camarada Berlinguer era uma boa
pessoa.
Uns eram comunistas porque o democrata-cristão Andreotti não
era uma boa pessoa.
Uns eram comunistas porque eram ricos mas amavam o povo.
Uns eram comunistas porque bebiam o vinho e se comoviam nas
festas populares.
Uns eram comunistas porque eram tão ateus que precisavam de
outro Deus.
Uns eram comunistas porque eram tão fascinados pelos operários
que queriam ser um deles.
Uns eram comunistas porque não podiam ser mais do que
operários.
Uns eram comunistas porque queriam aumento de salário.
Uns eras comunistas porque a burguesia-o proletariado-a luta de
classes. Fácil não?
Uns eram comunistas porque a revolução hoje não, amanhã talvez,
mas depois de amanhã com certeza.
Uns eram comunistas porque “Viva Marx, viva Lenin, viva Mao
Tsé-Tung”.
Uns eram comunistas para irritar ao pai.
Uns eram comunistas porque só assistiam a TV-RAI 3.
Uns eram comunistas por moda, uns por princípio, uns por
frustração.
Uns eram comunistas porque queriam nacionalizar tudo.
Uns eram comunistas porque não conheciam os burocratas estatais,
para-estatais e afins.
Uns eram comunistas porque tinham trocado o “materialismo
dialético” pelo “Evangelho segundo Lenin”.
Uns eram comunistas porque estavam convictos de ter atrás de si a
classe operária.
Uns eram comunistas porque eram mais comunistas que os outros.
Uns eram comunistas porque havia o grande Partido Comunista.
Uns eram comunistas apesar de haver o grande Partido Comunista.
Uns eram comunistas porque não existia nada de melhor.
Uns eram comunistas porque temos o pior Partido Socialista da
Europa.
Uns eram comunistas porque um Estado pior que o nosso, só
Uganda.
Uns eram comunistas porque não aguentavam mais quarenta anos
de governos viscosos e mafiosos.
Uns eram comunistas por causa dos atentados fascistas da Praça
Fontana, Brescia, a estação de Bologna, o Italicus, Ustica etcétera
etcétera etcétera.
Uns eram comunistas porque quem era contra, era comunista.
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Uns eram comunistas porque não suportavam mais aquela coisa suja
a que nos obstinamos a chamar democracia.
Uns acreditavam ser comunistas e talvez fossem outra coisa
qualquer.
Uns eram comunistas porque sonhavam com uma liberdade diversa
daquela estadunidense.
Uns eram comunistas porque acreditavam que só poderiam estar
vivos e serem felizes se os outros também o fossem.
Uns eram comunistas porque precisavam de um empurrão para
algo de novo.
Porque estavam dispostos a modificar-se a cada dia.
Porque sentiam a necessidade de uma moral diferente.
Porque talvez fosse só uma força, um vôo, um sonho, fosse só um
salto, fosse só um desejo de mudar as coisas, de mudar a vida.
Uns eram comunistas porque estando ao lado deste salto, cada qual
era como mais de si mesmo: era como duas pessoas numa. De uma
parte o cansaço pessoal cotidiano e de outra o sentimento de
pertencer a uma raça que queria levantar vôo, para mudar
verdadeiramente a vida.
Não, nada a arrepender-se. Talvez por isso então muitos tenham
aberto as asas sem serem capazes de voar, como gaivotas
hipotéticas.
E agora? Também agora se sentem como dois, de um lado o
homem inserido, que atravessa obsequiosamente a miséria da
própria sobrevivência cotidiana e do outro a gaivota, sem mais
sequer a intenção do vôo, porque afinal de contas o sonho se
entorpeceu.
Duas misérias em um só corpo.
Se os comunistas têm razão, então eu sou o louco mais solitário em vida. Se eles estão errados, então não há esperança para o mundo
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